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Seu rosto não me é estranho

Foto: Microsoft/Internet

Nossa ... ele me reconheceu! Nem acredito...


Não dá para evitar sentir-se especial ao ser reconhecido por alguém com quem você conversou rapidamente uma única vez. Passada a surpresa, buscamos explicações para esse reconhecimento tão improvável: eu falei algo esquisito naquele dia? ... será que eu pareço com alguém da família dele? ... ou será que nos conhecemos de vidas passadas?


Vai saber! O fato é que essa pessoa provavelmente se daria bem no teste desenvolvido pela Universidade de Greenwich, no Reino Unido, para identificar ‘super-reconhecedores’, uma habilidade rara encontrada em apenas 1% da população mundial e que as faz reconhecer 80% dos rostos que já viram, enquanto os demais apenas 20%.


Pesquisadores de vários países aprofundaram esses estudos e desde 2009 times de super-reconhecedores ajudam a polícia, incluindo a elite da Scotland Yard, a encontrar suspeitos e a desvendar crimes, com grande índice de acerto. O trabalho dos super-reconhecedores tem como base habilidades humanas como a atenção, a memória e as infinitas potencialidades do nosso cérebro. (Se quiser saber se você é um deles, faça o teste: https://goo.gl/K7cKdb)


A tecnologia também tem proporcionado avanços impressionantes na área de reconhecimento facial com a identificação biométrica baseada em algoritmos (sempre eles!). Funciona assim: cria-se um banco digital de imagens de rostos mapeados em 80 pontos que representam suas características únicas, algo como uma impressão digital facial. Posteriormente, imagens capturadas em tempo real são comparadas com as desse banco e, se houver correspondência, o reconhecimento será feito.


Esse recurso tecnológico tem uma ampla variedade de aplicações nas áreas de vigilância e segurança, permissão de acesso a lugares controlados, desbloqueio de equipamentos, games, entre muitas outras. Alguns usos são, no mínimo, inusitados, como o reconhecimento facial de vacas leiteiras da Cargill nos Estados Unidos para aumentar a produtividade e para monitorar se estudantes chineses estão prestando atenção nas aulas (com notificação em real-time para a professora!). Pode isso?


Já a Índia foi notícia no mundo todo em 2018 ao implantar o programa Aadhaar, que digitalizou olhos e rostos de nada menos que 1,3 bilhão de indianos. Esse cadastramento gigantesco foi alvo de críticas devido a sua implantação praticamente compulsória, uma vez o governo atrelou o recebimento de benefícios sociais à adesão ao programa. Ainda assim, o Aadhaar teve um resultado surpreendente: a partir desse banco de dados foi possível encontrar 2.930 crianças desaparecidas no país em apenas 4 dias. Esse sistema, que levanta muitas questões relativas ao direito à privacidade que precisam ser resolvidas, já despertou interesses de vários outros países.


Tudo indica que muita coisa ainda vai acontecer no campo da identificação de pessoas e que habilidades humanas e tecnologia vão andar juntas nessa evolução. Vou apostar nisso e treinar o meu cérebro para ser uma boa fisionomista e me lembrar do maior número possível de rostos que eu conhecer na minha vida.





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